Não sou nenhum conhecedor e estudioso da língua portuguesa, mas sei me virar muito bem com o conhecimento que tenho. Agora imaginem a prova do ENEM, podemos abolir a parte de português não é mesmo? Ou talvez podemos fazer a prova com múltiplas escolhas já que "Nóis pega o peixe" e "Nós pegamos o peixe" são iguais. Conjugar verbo? Pra que? O "sero mano" só levou alguns milhares de anos para desenvolver a fala, por que não voltar aos primórdios?
Claro, concordo plenamente que a fala é desenvolvida antes mesmo de se aprender a ler e a escrever, que é um aprendizado cultural, que cada região tem suas peculiaridades, porém o que não podemos é misturar as coisas. Falar é uma coisa, ler é outra e escrever é outra. Não tenho nada contra falar de forma simplificada, todos nós fazemos isso diariamente, mas imagine que se hoje a população já não consegue interpretar um texto técnico ou uma lei, se aprender a escrever como se fala vai ajudar.
Mas talvez eu esteja sendo muito drástico. O que nosso querido governo quer mesmo é criar futuros presidentes, deputados, diplomatas, embaixadores não é mesmo? Ou quer deixar a população mais carente ainda mais afastada da informação, facilitando assim a manipulação, já que escolas particulares não vão adotar essa cartilha. Se bem que presidentes e deputados já temos não é?
Eu me imagino daqui a alguns anos, precisando contratar um profissional. O rapaz chega na agência e no currículo dele está escrito: "Istudei na Iscola Istadual Padri Marcelo, conhessu di programassão i montage i manutenssão di computador"... Adivinha quem não vai ser contratado? E não me venha falar que isso é discriminação, pois pra mim isso é um "profissional" não qualificado.
Se o pretexto desse absurdo é "não excluir a população mais carente", acorde, pois a única coisa que vai acontecer é afastar as classes sociais ainda mais. A fórmula correta é a inversa. Sem educação de qualidade, a classe baixa será sempre a classe baixa.